quinta-feira, 24 de abril de 2008

A caixinha

Quando tiverem dúvidas sobre o facto de estarmos ou não numa mudança de estação (falamos do clima, propriamente dito), podem esclarecê-las em qualquer transporte público. Se cheirar a naftalina, ou estamos a entrar no Inverno ou então no Verão. Tão certo quanto a Terra girar à volta do Sol.
As viagens ao final da tarde, nos comboios de Braga para o Porto, costumam ser bastante aprazíveis. Silêncio, pouca gente e a possibilidade de podermos esticar as pernas, visto não termos que partilhar paridade de lugares com ninguém. Suspeito ter qualquer componente atractiva muito forte pois, com o comboio quase que vazio, chegamos ali a Famalicão e duas respeitáveis senhoras entram e sentam-se, uma ao meu lado e outra á minha frente. Ora bem, ontem começou a vir o calor. Pela lógica da batata, naftalina ao poder. Mas pronto. O cheiro já vinha meio suavizado e aguenta-se razoavelmente bem. Traziam ainda 4 ou 5 sacos que deviam vir do sapateiro, pois cheiravam a verniz. Até aqui, bem... já começa a ser...vá, chatinho. Mas uma pessoa ainda faz o esforço. O cúmulo veio de uma caixa. E perguntam-se vocês "Uma caixa? Mas que raio é que uma caixa pode ter assim de tão incomodativo?"
E eu respondo-vos:

PINTAÍNHOS!!!

Sim, os filhos das galinhas.


Depois disto, o Senhor Murphy devia acrescentar a lei de "não interessa que o comboio vá vazio. Se alguém entrar com uma caixa cheia de pintaínhos nauseabundos, irá sentar-se exactamente ao seu lado".



A Passageira

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